Estávamos nós no Vale do Capão, mais precisamente em Caeté-Açu, nós = Joana, Pescador, Bruna, Pedro, os pais de Joana e eu, claro. Estávamos jantando na pizzaria -que só tinha um sabor de pizza- e pedimos para tia Malu - mãe de Joana - que contasse histórias de terror, menos eu e Joana pois somos medrosos. A primeira coisa que ela fez foi pegar o iPod e colocar para ouvir, e não me deu nenhum fone, ou seja, fiquei só, durante as histórias, Joana já estava em cima de Pesca de medo, e eu em cima do mesmo e bruna se deliciando da situação, não conseguia nem piscar o olho mais com medo de um vulto passar por mim, e é sério, o Capão já é uma selva, ouvindo histórias de terror fica mais apavorante e um medroso ouvindo fica muito aterrorizante.
Voltando pro chalé - só eu, pedro, pescador, jo e bruna dormíamos lá - que a entrada é simplesmente escura pela falta de iluminação do lugar, nos 10 primeiros metros, bruna se agarrou a pescador, que a essa altura já era o único corajoso, ou que parecia que tinha no lugar, e joana e pedro idem, e eu fiquei só, por 5 segundos, mas foi uma eternidade, não resisti e quando me vi, já estava agarrado a peu e joana. Chegamos no chalé, e foi uma novela para abrir a porta, os cinco estavam tremendo e loucos para entrar, essas horas é que tudo dá errado, mais um bom tempo para abrir a bendita e quando entramos, pescador foi sentar na escada e bruna imediatamente deu um grito e apontou para uma borboleta que estava muito próxima dele. Ele se assustou e rapidamente pulou, começando assim uma novela pra tirar ela de lá, não conseguimos matar e ela voou para o teto, impossibilitando uma possível morte trágica.
Logo depois pesca ficou imóvel e pedindo para joana ficar calma, sem entender eu olhei para o teto da cama (havia dois andares no chalé) e vi uma barata muito grande, mas muito grande, acho que o medo aumentou o tamanho dela. Tinhamos que matar, mas sem deixar cair na cama e pesca foi dizendo logo:
- Se a barata morrer em cima da cama, eu não durmo aí.
Tivemos a ideia brilhante de bater na barata pra ela sair de cima e depois matar, pescador pegou o desodorante, eu uma garrafa de água vazia e peu com um tênis, o objetivo era, pesca deixava a barata tonta, eu batia com a garrafa nela pra cair fora da cama e peu matava com o tênis, plano perfeito? Combinamos no três começarmos a fazer, quando eu disse três, peu entrou em desespero e arremessou o tênis na maldita, que caiu na cama morta.
Eu disse que era longa, bem longa.
Morta, a barata jazia no chão e pesca disse que não ia conseguir dormir lá embaixo pensando na barata e quis subir, subimos, mas tivemos que descer pois, tinhamos que tirar a barata do quarto - sempre lembrando que estavamos os 5 mortos de medo pelas histórias - então colocamos a barata dentro se uma tampa de desodorante quebrado e fomos começar a tentar jogar fora, mas quem abriria a porta? E os perigos que poderiam acontecer se abrisse a porta? então pesca pegou uma coca-cola e começou a sacudir para jogar num possível adversário, rapido como um gato eu peguei a vassoura e fiquei em uma posição de ataque, a única coisa que aprendi em 6 meses de kung fu e peu abriria a porta e jogaria a barata fora, outro plano perfeito? Começamos os três a arquitetar a cena, as meninas no andar de cima, filmando essa cena ridícula, abrimos a porta e... Peu erra o alvo acerta a quina da porta e voa restos de barata pra todo lado, uma delas parou do pé de pesca e tiramos com o tapete. Batemos a porta no segundo seguinte e abrimos pra jogar os restos fora - dessa vez sem erros - agora sim, mais calmos, tiramos o lençol da cama(lógico) e fomos jogar biribinha(buraco para os mais íntimos). Não teve nem três rodadas e cai a luz, todos se jogam para o meio, mais precisamente em cima de bruna, agarrados, imóveis, então pesca pede que eu pegue a lanterna, como está tudo escuro, viro para pegar a lanterna no escuro e minha mão toca no braço de jo e ela me dá um tapa:
- Jo, é a minha mão, calma, vou tentar pegar a lanterna de novo
Levo outro tapa
-rs, foi mal, foi reflexo
Enfim consigo pegar a lanterna e ligo iluminando o quarto, aí sim, saímos de cima de bruna, então decidimos tentar ligar e desligar o interruptor pra ver se a energia voltava, assim que abro a porta sinto uma pessoa agarrada a mim, era Joana e Peu morrendo de medo, e bruna e pesca idem, não dava pros 5 ficarem agarrados, então eu disse:
-Vou pegar a sandália ali
Joana: -Ali aonde?
Peguei a sandália, e fomos andando para ligar e desligar o interruptor, desligamos e ligamos e nada, íamos andando para a vila para encontrar alguém, no caminho ouvimos uma voz grave:
- Aonde estão indo?
Todos tiveram um arrepio na espinha ao ouvir aquilo, mas era gordo o dono da pousada, dizendo que tinha faltado luz na vila inteira, então voltamos
É muito longa, quem conseguir ler até o final, parabéns.
Chegamos no chalé, e fomos jogar biribinha de novo, e Joana começa a ficar branca pedindo silencio, ela ouviu (incrívelmente) o som de uma barata passando pela caixa do remédio, e começou outra novela, um com desodorante e outro com um tenis, a essa altura bruna já estava debaixo de uma coberta com medo. Jogamos o desodorante na barata e ela correu, tinhamos acendido duas velas pra iluminar o lugar, como não sabíamos onde estava, fomos tirar o colchão da cama pra ver debaixo dela, se a barata estava lá, tiramos e apagamos uma das velas na confusão - nada de fogo no chalé - e encontramos uma barata do outro lado, sem conseguir subir na parede, matamos e era a mesma barata que tinha fugido, dessa vez tiramos ela sem muito drama, então fomos enfim, graças a Deus, dormir! ah, mas quem disse que eu, peu e pesca iríamos dormir lá embaixo? subimos os 5 de puro medo pra dormir na cama de cima e coube 5 pessoas em um colchão de casal. Claro que não dormimos direito. Enfim, essa é a minha longa noite do vale do capão, melhor nossa longa noite.
Uma foto que não me deixa mentir sobre o assunto
