Nunca fui superticioso

Nunca fui superticioso, nem pretendia ser, mas com certeza, absoluta, sem sombra de dúvida, mudei minha opinião essa semana. Domingo fui pra emergência, duas vezes, na segunda pra dormir no hospital com aqueles aparelhinhos que dizem que não incomoda, lenda! Parece que que é uma sanguessuga querendo chupar sua pele até chegar o osso – pensa que é exagero, durma com isso- e eu cheguei no hospital com muito sono, mas assim, quando você mais precisa dormir você não dorme! Foi só ele falar “relaxe, você só não pode passar a noite em claro, vamos esperar você dormir”  perdi meu sono no mesmo segundo, fui dormir quase 3 horas da manhã. Segunda to lá eu na faculdade na raça, nem andar conseguia, parecia que tinha tomado todas e ainda tava tomando – agora aquele ansiolítico me fez ter uma dúvida, toda vez que tomo fico lerdo-, ainda tenho dificuldade pra fazer esforço, mas enfim, quinta-feira foi o ápice.
Quinta-feira, 22 de março de 2012, por volta das 10:15 da manhã, sol ensolarado, clima agradável, ventinho gostoso na cara – pensa que é o Pedro Bial falando – decido ir da faculdade para o shopping, então vou pegar o ônibus conhecido como o “frescão” com o dinheiro pra cortar o cabelo, pegar o óculos, comprar uma camisa dentro da carteira que por precaução eu coloco na mochila pra não fazer “volume” no bolso. Entro no ônibus, sento, e um cara, mais ou menos minha idade levanta vai até a frente e manda eu me levantar e virar de costas, põe a arma na minha nuca, sinto o cano frio da arma e ele diz que vai me matar, mas antes era pra eu pegar os celulares dos homens – só dos homens – e eis que descubro minha vocação: Assistente de trombadinha. Fiz com discrição, peguei sem tremer as pernas nem os braços – ao contrário do “chefe” que tava com a arma tremendo – ele com os celulares na mão,  ia descer quando pediu minha mochila e eu disse que tinha as coisas da faculdade e ele soltou essa, que não me matou, mas matou toda a Língua Portuguesa: “Pobrema, não éstudei  mesmo” (é éstudei mesmo) passei a manhã e parte da tarde fazendo Boletim de Ocorrência na delegacia, o ônibus assaltado me deixou no G Barbosa do Iguatemi e fui andando até o shoppping para pegar um ônibus para ir pra casa, perto do ponto, vem um pivete-escroto-sem-noção-brother e pede pra passar o celular então com toda a calma do mundo eu digo “já passei”, ele pergunta pra mim “sério?” eu confirmo e ainda ofereço 7 reais a ele e ele nega dizendo que não adianta nem meu lado e nem o dele, fui rejeitado por um ladrão, que era até gente boa.
Então essa é para você São Cristóvão, santo da boa sorte,  O QUE FOI QUE EU TE FIZ? Quebrei um espelho, derrubei o saleiro, passei por um gato preto, passei por debaixo de uma escada? Eu disse que era a pessoa mais sortuda do mundo,  mas foi pra impressionar uma pessoa, foi da boca pra fora, não leve a sério, eu já valorizo você demais, quer ser meu melhor amigo?
Depois do assalto normalmente, a família vai apoiar e dar um ombro, a sua família faz isso, na minha me ligam para falar que me viram na lista de procurados, ou nos classificados como assistente de ladrão, ou que eu deveria ser preso.
Mas isso agora tá mudando! hoje eu não caí, não fui internado, não fui assaltado, não morri, não caiu um piano em cima de mim, foi o melhor dia do mês!
 
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